A professora Valci Zuculoto, do PPGJOR/UFSC, é a nova presidenta da Associação Brasileira de Pesquisadores em História da Mídia (Alcar). A eleição se deu neste mês de agosto, em assembleia no XIV Encontro Nacional de História da Mídia, realizado na Universidade Federal Fluminense, em Niterói (RJ). Eleita por aclamação, a chapa “Tecer Histórias para (re) construir redes” terá um mandato de quatro anos, com exercício até 2027. O PPGJOR também está presente na diretoria com a professora Cárlida Emerim, que passa a integrar o Conselho Fiscal.

Dentre as principais propostas da nova gestão estão a ampliação e fortalecimento da rede de associados, a criação de um novo portal para a entidade, a amplificação dos canais de comunicação e a reorganização e uma melhor qualificação para a Revista Brasileira de História da Mídia, que atualmente está no qualis A4. Também está no escopo a expansão de projetos editoriais, de pesquisas coletivas e avanços na internacionalização da Alcar.

Uma novidade implantada foi a criação das comissões de assessoramento, que trabalharão articuladas com os diretores da entidade. Nestes colegiados, também se encontram vários pesquisadores do PPGJOR: os doutores Arnaldo Zimmermann, Juliana Gobbi e Karina Woehl de Farias e os doutorandos Raphaela Ferro e Anderson Baltar.

Entre os dias 4 e 6 de setembro, o professor Marcus Kreutler, pesquisador do Instituto Erich Brost de Jornalismo Internacional da Universidade Técnica de Dortmund, estará presente na UFSC para realizar um Colóquio entre Brasil e Alemanha a fim de compartilhar experiências acadêmicas.

O professor é PhD em projetos transnacionais sobre mídias europeias e africanas publicadas em línguas iguais. O pesquisador analisou este tema a partir de três pares de jornais: em inglês do Reino Unido e África do Sul, em alemão da Alemanha e Namíbia e em português de Portugal e Angola. 

Marcus Kreutler participa do projeto Probal: “Comunicação e Democracia: Responsabilidade da Mídia, Serviço Público de Mídia, Acesso à Internet e Direito à Informação na Alemanha e no Brasil”, iniciativa que conta com dois participantes do PPGJOR: o professor Rogério Christofoletti e a professora Rita Paulino. O Probal desenvolve uma abordagem abrangente para buscar a compreensão e as diversas intersecções entre Comunicação e Democracia na Alemanha e no Brasil. O projeto envolve pesquisadores de ambos os países comparando temas, incluindo iniciativas de pesquisa sobre responsabilidade da mídia, mídia de serviço público, acesso à internet e direito à informação na Alemanha e no Brasil. A cooperação entre Unesp, UnB, UFSC e  Universidade de Dortmund, nas áreas de mídia, informação e comunicação tem ocorrido desde 2014, com professores e pesquisadores alemães e brasileiros trabalhando de maneira coletiva nos dois lados do Atlântico.

O pesquisador também participa do projeto Mediadelcom, pesquisa Europeia sobre oportunidades e riscos para comunicação pública deliberativa. O projeto está no seu último ano e, dentre seus passos mais importantes, estão a criação de um modelo teórico e holístico de comunicação deliberativa para encontrar as variáveis relevantes ao resto do trabalho; pesquisa e produção de dois estudos de caso por cada um dos 14 países participantes no projeto: um estudo sobre capacidades de monitorização na área da mídia, e outro sobre eventos chaves e desenvolvimentos importantes entre 2000 – 2020; e realização de uma análise comparativa dos estudos de caso, com o objetivo final de chegar a recomendações para políticas de comunicação e de pesquisa.

O tema da cobertura jornalística de migração ainda é importante para o Instituto Erich Brost de Jornalismo Internacional, com atividades de pesquisa e treinamento de jornalistas, incluindo o UNESCO handbook. 

Programação do evento:

Dia 04/09 – 14h: Palestra com Marcus Kreutler – “Riscos e chances para a comunicação deliberativa – Como avaliar a “saúde” da comunicação social. Auditório Henrique Fontes/CCE 

Dia 05/09 – 14h:Apresentação do Projeto CEURS e dos NewsGames: Municipa2030 e Além das Fronteiras (Demo) (Aberta ao PPGJOR e PPGEGC). Sala Drummond/CCE , Bloco B

Dia 06/09 – 10h:Reunião aberta sobre agendas de pesquisa.
Convite os grupos de pesquisa do PPGJOR (Objethos, NephiJOr, Transverso, Girafa, GipTele e bate-papo com alunos e professores. Sala Drummond/CCE , Bloco B

Na última sexta, dia 25 de agosto, a professora Fabiana Piccinin, em conjunto com a professora Ângela Felippi, coordenou o Simpósio Temático “Estudos Culturais, Narrativas e Mídia”, no  IX Colóquio Internacional de Leitura e Cognição. O evento foi promovido pelo PPGL, programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado em Letras da UNISC, Universidade de Santa Cruz do Sul. No simpósio, alunos de várias partes do Brasil e do exterior apresentaram trabalhos, marcados pelas discussões e trocas interdisciplinares, interculturais e interinstitucionais.

No último sábado, dia 26 de agosto, a professora Fabiana Piccinin participou do IV Mini UFSCMun, evento organizado pelos alunos do Curso de Relações Internacionais da UFSC, que simula reuniões da ONU e suas Assembleias Gerais.

A professora conversou com os alunos sobre sobre o papel da imprensa nas coberturas internacionais, bem como o trabalho do correspondente que deve ser pautado pela empatia e respeito à alteridade , para combater, sobretudo, preconceitos e estereótipos.

Nesta edição do IV Mini UFSCMun, estiveram na mesa de negociação os “líderes” dos países envolvidos com dois Comitês: o de Desarmamento das Nações Unidas, que discutiu o problema das Guerras Cibernéticas, e o da Organização para Cooperação de Xangai, que pôs em tratativas a questão dos refugiados, especialmente nos países da Ásia. A partir do debate promovido sobre estes temas pelos representantes mundiais, a professora propôs um planejamento de cobertura para as redes sociais Instagram e Twitter.

Para outubro, os alunos preparam o VI UFSCMun que será a mimetização de uma Assembleia Geral da ONU. E mais uma vez são esperados alunos de Relações Internacionais e de Jornalismo para reunião, que terá como pauta disputas de poder e territórios em uma perspectiva geopolítica.

Professora e jornalista Christa Berger apresenta na UFSC seu mais recente livro, que trata da vida e do apagamento da memória de uma das mais importantes jornalistas brasileiras do século XX

Há poucos dias, após conhecer o livro Jurema Finamour – a jornalista silenciada (Editora Libretos, 2023), escrito pela professora, pesquisadora e jornalista Christa Berger, o jornalista Mário Magalhães escreveu em sua página do Facebook, referindo-se a Jurema: “Como a autora de quase 20 livros, muitos deles marcantes, foi eliminada da história? Como a jornalista que conheceu e contou as aventuras de gente interessante e relevante, no Brasil e mundo afora, é hoje um nome ignorado até por quem supõe saber das coisas? Por que sumiu das lembranças impressas e das reconstituições do passado a mulher que foi à luta por causas generosas, muitas das quais só ecoariam tempos mais tarde?”.

As possíveis causas do cancelamento histórico de uma mulher presente e atuante na vanguarda do mercado editorial da segunda metade do século XX estão no livro de Christa, que vai compartilhar a experiência de escrita da obra e a importância do resgate da memória de Jurema Finamour no próximo dia 31 de agosto, às 9 horas, no Auditório Henrique Fontes, no CCE. O evento marca a aula inaugural da nova turma de graduação em Jornalismo do semestre 2023/2 e é promovido pelo Departamento, Curso e Programa de Pós-Graduação em Jornalismo em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Literatura da UFSC.

Jurema Finamour é uma mulher brilhante que participou ativamente da vida cultural e política brasileira nas décadas de 1950 e 1960. Foi jornalista, romancista, escritora, viajante, feminista e cozinheira de mão cheia. Viajou pelo mundo e escreveu os primeiros livros-reportagem no Brasil sobre a União Soviética, a China, a Coreia e Cuba. Também editou uma revista voltada para o público feminino, foi retratada por Di Cavalcanti e por Dimitri Ismailovitch, entrevistou o filósofo Jean-Paul Sartre, a escritora Anna Seghers e o cineasta Roberto Rossellini. E foi secretária de Pablo Neruda. “Mas para a memorialística brasileira, ela não existe: seus livros não foram reeditados e não é mencionada nas biografias dos que conviveram intensamente com ela, como Jorge Amado, Graciliano Ramos, Candido Portinari, Carolina Maria de Jesus, Carlos Drummond de Andrade, entre outros”, aponta Christa.

Nainterpretação da escritora Lélia Almeida, que fez a apresentação da obra, “coube ao feminismo contemporâneo, através das mais diversificadas metodologias de resgate, escuta e testemunho, a tarefa de trazer a público as vozes esquecidas das mulheres de outros tempos. Christa Berger, jornalista, pesquisadora e biógrafa, (…) traz a público uma história emudecida e silente, como são as histórias das grandes mulheres que constroem os momentos mais desafiadores das histórias de seus países e que sempre são ignoradas pelo cânone intelectual e literário masculino, que lhes destina o lugar de uma ausência contundente ou de mera coadjuvante.”

Christa Berger é uma das mais importantes pesquisadoras e autoras do campo da comunicação e do jornalismo no Brasil. Mas não só isso. Nos anos 1970, morou na Cidade do México, onde participou do movimento feminista latino-americano. Jornalista, trabalhou no Diário de Notícias e na Folha da Manhã, em Porto Alegre. Foi professora e pesquisadora nas faculdades de Comunicação da PUCRS, UFRGS e Unisinos. Entre outros, escreveu o livro A terra e o texto: campos em confronto e também organizou a obra O jornalismo no cinema. O livro Jurema Finamour – a jornalista silenciada consumiu quatro anos de pesquisa e escrita e é sua primeira publicação não acadêmica.

*Texto editado a partir de informações públicas da Editora Libretos, do site LiteraturaRS e do Facebook de Mário Magalhães.

 Resumo da programação:

Conferência: Lembrar e escrever: Jurema Finamour, a jornalista silenciada

Conferencista: Christa Berger
Data: 31.08
Horário: 9h-12h
Local: Auditório Henrique Fontes – CCE