O Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGJOR/UFSC) figura em destaque na terceira edição do Relatório do Observatório da Pesquisa Aplicada em Jornalismo no Brasil (OPAJor). O documento apresenta um panorama das produções científicas voltadas à aplicação prática em jornalismo em todo o país.
Representando Santa Catarina, que aparece como o segundo estado com mais produções, o PPGJOR/UFSC está entre os programas de pós-graduação que mais contribuem para o avanço da pesquisa aplicada no Brasil. A presença do programa no levantamento reforça sua atuação em projetos que unem jornalismo, tecnologia, ética e inovação, além de consolidar a relevância da UFSC na formação de pesquisadores.

UFSC é a instituição com programa de pós-graduação em jornalismo acadêmico que mais reúne pesquisas publicadas no país. Foto: Relatório Simplificado OPAJor 2025

O relatório também reconhece a docente Rita Paulino entre as pesquisadoras mais atuantes do país na área de pesquisa aplicada em jornalismo. A professora destaca que o reconhecimento é resultado de um trabalho coletivo desenvolvido em parceria com estudantes e colegas do PPGJOR. “A pesquisa aplicada é transformar conhecimento em ação, conectando universidade, sociedade e tecnologia”, afirma.

Realizado pelo Grupo Comunicação, Tecnologia e Sociedade, o OPAJor é vinculado ao Centro Universitário Internacional Uninter, à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e à Universidade de Coimbra (Portugal). O observatório tem como objetivo mapear e dar visibilidade às produções acadêmicas sobre pesquisa aplicada em jornalismo. O levantamento de 2025 reuniu 248 publicações entre artigos, teses, dissertações e capítulos de livro. O relatório completo pode ser acessado no site oficial do OPAJor.

Alunos e professores do PPGJOR integram, com seus textos, o e-book “Comunicação, Ética e IA: Diálogos Sobre Desafios e Perspectivas na Era Digital”. O livro reúne trabalhos apresentados durante a VIII Media Ethics Conference, realizado em 2024, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Portugal) que abordam as implicações éticas, sociais e comunicacionais da inteligência artificial na era digital.
O professor Rogério Christofoletti, docente do PPGJOR e pesquisador na área de ética jornalística e novas tecnologias é um dos editores/organizadores da publicação. Já entre os capítulos que contam com autores vinculados ao Programa, estão pesquisas que abordam diferentes perspectivas. No artigo “Operação Escudo e o Palco de Mortes: A Colonialidade da Paz Como Valor Notícia em Jornais de Referência”, o docente do PPGJOR Jorge Ijuim e a pesquisadora da Universidade de Salamanca, Sandra Luz, analisam as coberturas jornalísticas das Operações Escudo e Verão, realizadas em São Paulo, sob a ótica dos estudos decoloniais latino-americanos. O texto aponta como o veículo Folha de S. Paulo reproduz heranças eurocêntricas, ao tratar a violência policial como sinônimo de paz, desperdiçando o potencial transformador do jornalismo diante de narrativas de poder.
Já em “Ética no Jornalismo em Tempos de Máquinas Comunicadoras e Inteligência Artificial Generativa”, a doutoranda Francilene Silva e a professora Rita de Cássia R. Paulino analisam as políticas de uso de inteligência artificial em cinco meios jornalísticos brasileiros. O estudo identifica riscos éticos e técnicos relacionados à plágio, vieses, opacidade e desinformação, e destaca a necessidade de supervisão humana e de diretrizes éticas claras para o uso responsável dessas tecnologias nas redações.
A professora Rita de Cássia R. Paulino também assina o artigo “A Esfera Pública, o Jornalismo e a Mídia Digital no Contexto dos Ataques Sofridos Pela Feminista Brasileira Lola Aronovich”, juntamente com a doutoranda Ivone Rocha. O texto documenta a campanha de ataques online sofrida pela blogueira feminista Lola Aronovich e discute os impactos desses episódios na esfera pública digital, relacionando ética, democracia e o papel social do jornalismo no enfrentamento da violência de gênero.
Por fim, o capítulo “Reflexões Sobre Valores Éticos no Jornalismo: Uma Análise Comparativa a Partir do Perfil do Jornalista Brasileiro 2021”, assinado pelas doutorandas Raphaelle Batista, Natalia Huff e Kalianny Bezerra, apresenta uma análise de valores deontológicos do jornalismo, a partir de 6.650 respostas da pesquisa “Perfil do Jornalista Brasileiro 2021”. O estudo observa como conceitos clássicos, como verdade e liberdade, permanecem centrais à profissão, ao mesmo tempo em que credibilidade, transparência e diversidade vêm sendo incorporados ao léxico deontológico da profissão jornalística.
O e-book, publicado pelos Centros de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho (CECS-UMinho) em parceria com outras instituições, pode ser acessado no site oficial do CECS.

Isadora Pellegrini, discente do PPGJOR, foi selecionada, entre quatro jornalistas brasileiros, para receber uma bolsa da Fundação Heinz Kühn, destinada à formação e ao aperfeiçoamento de jovens jornalistas de países em desenvolvimento. O programa inclui uma estadia de três meses em Bonn, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, na Alemanha, com cobertura integral de gastos, além de curso de língua alemã e estágio na emissora Deutsche Welle (DW).
Como parte das atividades, Isadora vai visitar outras redações em Berlim, a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Bonn, e o Parlamento Estadual de Düsseldorf. Para a mestranda, a experiência internacional ampla e plural tem sido fundamental para sua formação e proporciona um panorama complexo do mundo e do jornalismo. “Entender o jornalismo produzido por brasileiros para o Brasil em uma perspectiva global é essencial para observar os impactos da nossa profissão”, completa.
A DW é a emissora internacional da Alemanha que produz e transmite notícias, análises e informações em 30 idiomas para o público global.

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo, em consonância com o Edital Capes Nº 17/2025 (Programa Institucional de Doutorado Sanduíche no Exterior – PDSE), com o Ofício Circular Nº 21/2025/PROPG e o Edital Nº 25/PPGJOR/2025, no uso de suas atribuições, torna pública o RESULTADO FINAL DEFINITIVO da classificação dos candidatos e das candidatas inscritos ao Edital Nº 25/PPGJOR/2025 que estabelece as regras para seleção interna ao Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE/CAPES) com saídas previstas para 2026-1 e 2026-2. Nesta fase, a Comissão Especial instituída pela Portaria Nº 29/PPGJOR/2025 seleciona candidatos e candidatas do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC para posteriores etapas de inscrição no sistema Capes e de homologação pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFSC (PROPG).  Edital aqui.

Dois docentes do PPGJOR foram contemplados na edição 2025 do Prêmio Adelmo Genro Filho, concedido pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor). Francisco José Karam, professor aposentado, recebeu a premiação na categoria Sênior e Rogério Christofoletti integra a equipe responsável pelo projeto vencedor na categoria Pesquisa Aplicada.
Karam recebeu o prêmio em reconhecimento à trajetória acadêmica que traçou e às contribuições decisivas para a consolidação do jornalismo como campo científico. Enquanto isso, Christofoletti venceu como coordenador-geral do projeto Índice de Credibilidade Jornalística (ICJOR). A iniciativa, financiada pelo CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -, reuniu pesquisadores de cinco universidades em diferentes regiões do país e desenvolveu um sistema de indicadores para mensurar a credibilidade de veículos de comunicação, em resposta à queda da confiança pública no jornalismo e ao avanço da desinformação.
O Prêmio Adelmo Genro Filho foi criado em 2004 e se consolidou como a mais importante distinção nacional para pesquisas na área de jornalismo. Nesta edição, reconheceu 55 trabalhos em cinco categorias: Iniciação Científica/Trabalho de Conclusão de Curso, Mestrado, Doutorado, Pesquisa Aplicada e Sênior.