Dois pesquisadores do PPGJOR viajam para a Europa nas próximas semanas para desenvolver etapas do projeto “Indução de sistemas deontológicos jornalísticos em espaços afro-iberoamericanos (Projeto Atlântico)”. Nesta segunda, 02/12, o professor Rogério Christofoletti segue para a Espanha para realizar estudos de pós-doutoramento junto à Universidad de Valencia sob supervisão da professora Dolors Palau-Sampio. Na primeira semana de janeiro é a vez de Denise Becker desembarcar em Coimbra (Portugal) para uma estância de oito meses de doutorado-sanduíche sob co-orientação do professor Carlos Camponez. Durante o período europeu, os pesquisadores vão colher dados, fazer visitas técnicas, participar de eventos e produzir textos e conteúdos relacionados à pesquisa. O Projeto Atlântico tem como objetivo estudar os contextos da ética jornalística em seis países (Brasil, Portugal, Espanha, Cabo Verde, Angola e Moçambique) e contribuir com a capacitação e desenvolvimento de jornalistas nesse campo, buscando aprimorar as práticas desses profissionais. Participam do projeto dez universidades de seis países em três continentes, e do PPGJOR – além de Christofoletti e Becker – atuam o professor Samuel Pantoja Lima, como consultor, e a estudante Raphaelle Batista, que já está em Sevilla (Espanha) em etapa de doutorado-sanduíche. O CNPq financia o Projeto Atlântico com verbas de custeio e bolsas de doutorado e pós-doutorado.
O capítulo “Mapeamento da distribuição de conteúdo jornalístico através de plataformas sociais por portais de notícias do interior de Santa Catarina“, resultado da tese de doutorado de Ricardo Luiz Aoki pelo Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC, foi publicado no livro Jornadas de Ciências da Comunicação: Debates em Língua Portuguesa, da Universidade de Coimbra. O estudo contou com a coautoria de Rita de Cássia Romeiro Paulino, também da UFSC, e Marcos César da Rocha Seruffo, da Universidade Federal do Pará. A pesquisa analisou como portais de notícias de pequeno porte em Santa Catarina distribuem conteúdo em plataformas digitais, evidenciando a predominância do Facebook e do WhatsApp. Entre os 265 portais mapeados, 100% utilizam o Facebook, e 67,16% têm o WhatsApp como principal canal de tráfego. Dados mostram que veículos locais frequentemente acumulam seguidores nas redes sociais até 14 vezes superiores à população das cidades onde estão sediados, fator decisivo para atrair investimentos publicitários. O estudo destaca a crescente dependência desses portais das plataformas da Meta, que concentram mais de 85% dos acessos gerados, e lança luz sobre os desafios do ciberjornalismo de proximidade. A publicação pela Universidade de Coimbra ressalta a relevância internacional da pesquisa e seu impacto no debate acadêmico sobre as transformações do jornalismo em tempos de digitalização.
Professores e alunos do PPGJor assinam dois artigos publicados na última edição da Revista Asas da Palavra, em um dossiê sobre “Inteligência Artificial (Ia): Interfaces entre Comunicação, Tecnologia e Sociedade”. O artigo “Uma reflexão sobre a produção de conhecimento no jornalismo no contexto da Inteligência Artificial Generativa” é de autoria da doutoranda Francilene de Oliveira Silva, da professora Rita de Cássia Romeiro Paulino e do professor Jorge Kanehide Ijuim. A pesquisa foi desenvolvida na disciplina “Tópicos Avançados em Cultura e Sociedade: Edgar Morin, Pensamento Complexo e Jornalismo” e buscou refletir sobre a produção de conhecimento no jornalismo em um cenário de Inteligência Artificial Generativa, capaz de reproduzir a linguagem natural e produzir trabalhos “mentais” e “criativos”, algo até então realizado apenas por humanos. Já o artigo “Narradores artificiais semelhantes aos orgânicos: considerações sobre uma experiência de telejornal gerado por IA” é de autoria da professora Fabiana Piccinin em co-autoria com a professora Edna de Mello Silva, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O artigo discute, a partir de um experimento, como a produção de um telejornal totalmente feito com recursos gerativos de Inteligência Artificial, consegue resultar em um conteúdo muito aproximado do modelo de telejornal tradicionalmente adotado pela televisão brasileira.
As pesquisadoras do Grupo Transverso, ligado ao PPGJor/UFSC, doutorandas Diana Koch e Thais Araujo e a professora Jessica Gustafson, egressa do curso, participam como debatedoras na 14a Mostra de Cinema e Direitos Humanos. O evento, que começou na terça-feira, 26 de novembro, e vai até sexta-feira, 29 de novembro, é realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e coordenado em Florianópolis pelo Departamento de Jornalismo da UFSC. O tema da edição atual é “Viver com dignidade é um direito humano”. Para a professora Isabel Colucci, coordenadora da Mostra na UFSC, “é uma satisfação enorme pra gente, do curso de Jornalismo, ver esse evento acontecendo aqui na universidade. São filmes com uma curadoria muito preciosa, feita pelo Ministério, que trazem pra gente a possibilidade de ampliar nosso repertório e debater os temas mais urgentes que a gente tem pra resolver em sociedade”. As exibições e debates são no Auditório Arq. Giseli Zuchetto Knak, bloco E do CFH, no campus Trindade. A programação completa está disponível no @jac.ufsc .
O artigo “A mentira que se quer verdade: a narrativa jornalística apropriada pelo perijornalismo no contexto da desinformação”, de autoria do mestrando Victor Vinícius de Santana Palmeira e da professora Fabiana Piccinin (GENAJOR/CNPQ), recebeu o aceite para publicação da revista Razón y Palabra, em sua edição de junho de 2025. O trabalho analisa como conteúdos falsos publicados em portais religiosos assumem uma série de características próprias da narrativa jornalística, a fim de desfrutarem da credibilidade do jornalismo.
O trabalho, apresentado durante o 7º Congresso Internacional Media Ecology, foi um dos 16 artigos selecionados pelo comitê editorial do evento para compor a edição da revista.
A Razón y Palavra é publicada desde 1996, e está indexada com o conceito Qualis A2. Foi fundada no México, mas atualmente é publicada pelo Observatório de Comunicação (OdeCom) da Pontificia Universidad Católica do Equador.