Defesa de Tese: O jovem e o jornalismo: a periferia do interior de Santa Catarina e o consumo de notícias via smartphone

25/10/2022 13:25

Banca de Defesa de Tese:
doutoranda Marli Vitali 

DATA: 28/10/2022 (sexta-feira) –  14h30

BANCA EXAMINADORAPresidente da Banca/coorientadora: Profa. Dra. Valci Regina Mousquer Zuculoto (PPGJor/UFSC) em substituição à orientadora Profa. Dra. Cárlida Emerim (afastada em licença saúde)

 

Examinadoras Titulares Internas: Prof. Dra. Daiane Bertasso  e  Prof. Dra. Rita Paulino (PPGJor/UFSC)

Examinadora Titular Externa: Prof. Dra.  Edna Melo e Silva (PPGCOM/ UNIFESP)

Suplentes: Prof. Dra. Fabiana Piccinin (Interna-PPGJor/UFSC) e Prof. Dra. Maria José Baldessar – (Externa-PPG EGC/UFSC).

LINK https://conferenciaweb.rnp.br/events/banca-de-defesa-de-tese-doutoranda-marli-vitali-ppgjor-ufsc-programa-de-pos-graduacao-em-jornalismo-da-universidade-federal-de-santa-catarina

 O jovem e o jornalismo: a periferia do interior de Santa Catarina e o consumo de notícias via smartphone.

 A investigação tem como objetivo identificar quais as características que estruturam a produção de conteúdo jornalístico que é acessado via smartphone por jovens da periferia de uma cidade do interior do estado de Santa Catarina, no caso a cidade de Criciúma. Busca-se entender qual o conteúdo acessado por eles, analisar e sistematizar as características do acesso desses jovens, que são observados em dois locais específicos, o Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e na unidade de Criciúma (SC) da Central Única de Favelas (CUFA). Para tanto, fundamenta-se referência nos estudos da cultura latino-americana, Martín-Barbero (2009, 2015) e Canclini (2010), articulados a estudiosos que se dedicam a compreender a produção de conteúdo jornalístico em dispositivos móveis, Paulino (2016), Silva (2015). A pesquisa se desenvolveu com adolescentes e jovens que frequentam projetos sociais nesses dois espaços de atuação, e foi realizada com questionários semiestruturados e grupos focais, para aprofundamento do assunto. Do início das primeiras observações e contato com os jovens, em 2017 quando foi aplicado o primeiro questionário, para as novas investigações em 2021, foi possível perceber mudanças no acesso aos conteúdos, já que antes nem todos os jovens possuíam smartphone. Aparelho que agora se faz presente no cotidiano de praticamente todos eles. A facilidade de acesso à internet foi outro fator que permitiu que o consumo de conteúdo se tornasse maior. Para identificar quais são as características do que é acessado por eles, buscou-se nos mapas noturnos de Martín-Barbero (2018), com os ajustes de Rincón (2018; 2019), o suporte para compreender melhor a realidade do jovem da periferia criciumense. Por meio dessa reconfiguração alternativa de uma cartografia própria foi possível identificar alguns pontos que confirmam que o jovem da periferia criciumense está mais conectado, consome e produz conteúdo em vídeo. Faz sentido para esse jovem consumir o que ele considera conteúdo jornalístico, mas que não é, necessariamente, feito por jornalistas. A televisão continua sendo um meio em que há esse consumo do jornalismo mais tradicional, mas é por meio do smartphone que ele busca novos conteúdos, especialmente de entretenimento. Sobre o que é noticiado pela imprensa, a maioria – 80% – acredita nas informações, mas há uma desconfiança sobre o exagero no relato de fatos. Na avaliação dos jovens que participaram do grupo focal de estudo, as principais notícias que aparecem das suas comunidades dizem respeito às questões da área de segurança pública, com atuação policial e violência, e que, para eles, teria outras situações corriqueiras do cotidiano que poderiam pautar a imprensa.

PALAVRAS-CHAVE: Jornalismo; Juventude de Periferia; Dispositivos Móveis; Estudos da Cultura Latino-americanos.