Dirigente da Unesco fará Aula Magna no PPGJOR

19/11/2020 16:59

“Pluralismo polarizado da internet e os riscos para as democracias” será o tema da aula magna do PPGJOR no dia 14 de dezembro com Guilherme Canela, chefe da Seção de Liberdade de Expressão e Segurança dos Jornalistas do Setor de Comunicação e Informação da Unesco. A atividade é aberta a todos e acontecerá a partir das 10 horas por videoconferência com link a ser divulgado em breve. “Temos acompanhado um grave crescimento de ataques ao jornalismo e às liberdades democráticas, e nosso convidado vai justamente traçar um panorama global deste problema”, completa o coordenador do PPGJOR, Rogério Christofoletti.

Guilherme Canela, da Unesco (Foto: Divulgação)

Guilherme Canela assumiu seu posto na sede da Unesco em Paris depois de coordenar diversos trabalhos de destaque na América Latina e Caribe. Atuou em Brasília e Montevideo, e como conselheiro de Comunicação e Informação na região, liderou a Iniciativa de Promoção da Democracia e da Liberdade de Expressão em sistemas judiciais e a Secretaria do Comitê Regional do Programa Memória do Mundo. Nesse período, foi a autoridade regional da Unesco para temas relacionados à segurança dos jornalistas.

Formado em Relações Internacionais pela UnB e mestre em Ciências Políticas pela USP, Canela coordenou o Departamento de Estudos sobre Mídia e Jornalismo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), foi membro do grupo de trabalho do Ministério da Justiça que criou a classificação indicativa de programas na TV, e foi presidente do Comitê Consultivo sobre Infância e Meios no Uruguai.

Guilherme Canela co-organizou 10 livros sobre mídia, direitos humanos, desenvolvimento, democracia e mobilização social. Com Solano Nascimento, publicou o livro “Acesso à Informação e Controle Social das Políticas Públicas“, e participou ativamente nos processos de discussão e implementação de leis de acesso à informação no Brasil e Paraguai.

Tags: Eventosjornalistas

Repúdio às agressões a jornalistas em Florianópolis

02/11/2020 16:42

O Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC se solidariza com os jornalistas Bárbara Barbosa e Renato Soder, agredidos em Florianópolis hoje (2) em pleno exercício profissional. A equipe da NSC TV foi cercada e atacada por um grupo de pessoas quando fazia reportagem sobre aglomerações sociais nas praias, prática proibida por decreto estadual.

O PPGJOR reproduz e endossa a nota de repúdio publicada pelas diretorias da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC):

Em tempos de pandemia, e de incentivo a práticas agressivas e discursos de ódio, a ignorância tenta subjugar o direito à informação. O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC)  e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) manifestam solidariedade e apoio à repórter Bárbara Barbosa e ao repórter cinematográfico Renato Soder, que foram vítimas de agressões por parte de 3 pessoas na Praia do Campeche, em Florianópolis, na manhã desta segunda-feira (02/11/2020).

Os profissionais estavam trabalhando, produzindo uma reportagem para o Grupo NSC sobre o movimento nas praias em um momento no qual é crescente o número de casos do coronavírus na capital catarinense, quando foram interpelados por pessoas que estavam na praia sem máscaras e não queriam ser filmadas.

Os dois homens autores destes atos insanos agarraram os profissionais, arranharam os braços da repórter, tentaram dar tapas para derrubar seu aparelho celular e ameaçaram quebrar a câmera utilizada pelo repórter cinematográfico.

A terceira envolvida, uma mulher identificada como professora, arrancou o aparelho celular das mãos da repórter e tentou escondê-lo. Depois, recuou, mas bradou em tom autoritário: “vou te devolver, mas tu não filma”.

As imagens disponíveis no YouTube falam por si. Não se configurou, nas imagens captadas pelos profissionais, a violação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, mas sim o registro, em ambiente público, uma praia, de pessoas desrespeitando todas as normas municipais e estaduais de prevenção individual e coletiva à contaminação pelo novo coronavirus.

Mais que isso, os responsáveis por estes atos cometeram os crimes de agressão, impedimento ao trabalho dos profissionais, cerceamento à liberdade de imprensa e atentado ao Estado Democrático de Direito.

Tão absurdas quanto as agressões físicas e verbais foram as manifestações de diversos outros populares – a maioria sem máscaras – apoiando as atitudes dos agressores.

Bárbara e Renato registraram Boletim de Ocorrência na 6ª Delegacia de Polícia de Florianópolis.

O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina coloca sua Assessoria Jurídica à disposição dos colegas e exige das autoridades de segurança pública medidas para identificar e criminalizar os agressores.

Florianópolis, 02 de novembro de 2020.

Tags: ataques ao jornalismojornalistas

PPGJOR apoia nota da Fenaj em defesa das mulheres jornalistas

19/02/2020 08:25

Os mais recentes ataques nas redes sociais, no Parlamento e vindos até da presidência da República motivaram a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) a emitir nota contra o machismo e em defesa das mulheres jornalistas. O PPGJOR apoia a manifestação e reproduz a nota a seguir:


Em defesa das mulheres jornalistas
e contra o machismo

Num cenário em que o jornalismo profissional tem assumido um ingrato protagonismo nas disputas políticas que ocorrem no Brasil, mais uma vez, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, protagoniza grave episódio de machismo, sexismo e misoginia. Nesta terça-feira (18/02), o mandatário decidiu atacar a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo, em pronunciamento com falas de conotação sexual, gravadas em vídeos transmitidos ao vivo.

A jornalista vem sendo alvo de pesados ataques virtuais dos seguidores do presidente e do próprio clã bolsonarista por seu trabalho de jornalismo investigativo, que denunciou o pagamento, por um grupo de empresários apoiadores de Bolsonaro, para envio em massa de mensagens falsas por meio de aplicativo, na campanha presidencial de 2018.

Na semana passada, a premiada repórter foi novamente atacada nas redes sociais, após mentiras declaradas por um depoente na CPMI das Fake News. Na ocasião, Hans River Nascimento, ex-empregado de uma agência de disparo de mensagens digitais mentiu em depoimento, com declarações de cunho sexista, injuriando a repórter e pondo em xeque seu rigoroso trabalho jornalístico.

O filho do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro, repercutiu as declarações mentirosas sobre a produção da matéria jornalística em sua conta no Twitter e no plenário da Câmara, inflamando os seguidores a alimentarem a rede de ódio contra Patrícia na internet.

A partir deste episódio, as mulheres jornalistas desse país também foram vítimas de viralização de vídeo, imagens e “memes” que relacionam a apuração de matérias jornalísticas e a produção de notícias a troca por sexo. Assim, a pouco mais de duas semanas do 8 de Março, data emblemática da luta feminista, toda uma categoria profissional é atingida pela violência de gênero.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), mais uma vez, manifesta repúdio ao teor do pronunciamento do presidente e, junto com sua Comissão Nacional de Mulheres, coloca-se como incansável na tarefa de denunciar, tão sistemático quanto forem, os absurdos declarados por Jair Bolsonaro.

Dedicamos nossa solidariedade e atuação sindical, seja no campo político ou no jurídico (em fase de encaminhamento), às mulheres desse país, às mulheres jornalistas, às mulheres trabalhadores, na pessoa de Patrícia Campos Mello, na certeza de que não passarão os insultos e ofensas de cunho machista, sexista e misógino. Que nosso grito de repúdio sirva para frear tais comportamentos, vindos de quem quer que seja, sobretudo do mandatário da Nação, que deveria defender toda a população e, sobretudo, as maiorias silenciadas de direitos.

Brasília, 18 de fevereiro de 2020

Comissão Nacional de Mulheres da FENAJ

Federação Nacional dos Jornalistas

Tags: defesa do jornalismoFenajjornalistas