Posjor e Insular lançam o livro Barragens imaginárias

22/07/2015 00:23

barragensO Programa de Pós-Graduação em Jornalismo e a Editora Insular lançam o livro Barragens imaginárias – A construção de hidrelétricas pela comunicação, organizado pelo professor Carlos Locatelli, membro permanente do Programa.

O livro reúne contribuições de 23 pesquisadores de 15 universidades do Brasil e do exterior ao debate acadêmico sobre a implantação de hidrelétricas por meio de um viés específico, pensando a comunicação no centro dos processos que de alguma forma viabilizam – de modo mais ou menos legítimo, conforme o caso – a execução da política pública de energia.

No Brasil, a retomada das construções de barragens no final dos anos 90 estimulou uma significativa contribuição teórica na interface entre os campos do jornalismo, da comunicação, da política, da antropologia, da sociologia, da administração, da engenharia, entre outras, indicando que em grande medida – e independentemente da localização e do porte do empreendimento e dos avanços democráticos em um plano político mais amplo – persistem os problemas de comunicação e de participação das populações afetadas

Os textos revelam que a comunicação não é uma meio ou ferramenta acessória nesses processos: ela é a constituinte de primeira ordem da cognição individual e coletiva sobre as barragens, alicerce da tomada de decisão individual, de grupos e organizações. A natureza e intensidade da comunicação e sua vinculação com o interesse público ou privado são em si mesmo expressão e forma do poder dos envolvidas, meio de informação e controle das populações, caminho ou obstrução à transparência, ao debate público e à accountability dos atores. É nela que se materializa, entre outros, a imagem pública desses eventos, a representação dos grupos, os contenciosos entre os distintos atores sociais e se constroem ou não espaços para a participação e avanços democráticos.

Textos e autores:

Sobre comunicação e barragens

Carlos Locatelli (UFSC)

Pelo sim, pelo não: a construção de barragens e a opinião pública

Márcio Simeone Henriques  (UFMG)

O curto-circuito no licenciamento ambiental de hidrelétricas

Ivan Dutra Faria  (Senado Federal)

Gravuras rupestres versus barragem em Foz Côa: História singular da reversão de uma decisão política

Maria Eduarda Gonçalves  (Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa)

Representações da natureza e desfiguração dos conflitos ambientais: O discurso do desenvolvimento sustentável na publicidade do setor elétrico

Wendell Ficher Teixeira Assis (UFAL)

Conflitos socioambientais na sociedade de risco e o papel da mídia no caso da Usina Hidrelétrica de Itaipu

Cláudio Luiz Camargo Penteado, Gustavo Atila de Carvalho, Max Leandro de Araújo Brito e Roseli Frederigi Benassi (UFABC)

Estratégias daUHE Foz do Chapecó na arena do hidronegócio

Arlene Renk (UNOCHAPECÓ), Sadi Baron (UFFS) e Silvana Winckler (UNOCHAPECÓ)

Valoração da comunicação em processos de licenciamento: estudo de casos de pequenas centrais hidrelétricas no sul de Minas Gerais

Samuel Torres de Oliveira (UNIFEI)

Projetos hidrelétricos na Amazônia de FHC (2001-2002) a Lula (2008-2009) na grande imprensa: opinião matriz de grupos de pressão em momentos de crise energética
Thiago Almeida Barros  (UNAMA) e Nírvia Ravena de Souza (UFPA/UNAMA)

A cheia e o vazio

Renata da Silva Nobrega (UNICAMP), Lou-Ann Kleppa (UNIR) e Luis Fernando Novoa Garzon (UNIR/IPPUR-UFRJ)

“Segue-se ver o que quisesse”: disputa política e contextos trocados em fotografias sobre Belo Monte

Luciana de Oliveira e Ângela Salgueiro Marques (UFMG)

Desenvolvimento x Preservação: a dicotomia histórica “repaginada” no discurso jornalístico sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte

Luciana Miranda Costa e Josiele Sousa da Silva (UFPA)

Do silêncio à confusão: Táticas de O Globo na cobertura das medidas cautelares na esteira do conflito por Belo Monte

Adriana Montanaro-Mena  (Universidade de Viena)