O doutorando Marcelo Barcelos participa, nesta semana, da 9th Beyond Humanism Conference, em Roma, na Itália, na John Cabot University, evento que discute implicações éticas, filosóficas, econômicas e literárias nos estudos de pós-humanidades, meta-humanidades, teoria ciborgue, ética cibernética e tecnologia digital. Reunindo 70 conferencistas, de universidades da Europa, Ásia, Estados Unidos da América (EUA) e África do Sul, o encontro apresenta o que há de mais recente em pesquisas na revolução tecnológica do homem pós-moderno.
Com tese na área da Internet das Coisas (IoT), onde propõe um novo gênero jornalístico – Jornalismo das Coisas (JoT), Barcelos apresentou, nesta última terça-feira, o artigo “O corpo pós-humano e a hibridização da experiência estética na Era Ciborgue: o homem-máquina é a tecnocultura”, produzido em 2016 durante a disciplina de Estética do Jornalismo, sob orientação da professora Daisi Vogel.
Na plenária, junto a pesquisadores da Korea do Sul e França, o doutorando discutiu como o espetáculo midiático de abertura das Paralimpíadas Rio 2016 produziu um novo senso estético da beleza, do corpo adaptado fundido com o “corpo biônico” da máquina. O pesquisador debate, à luz de filósofos clássicos como Rancière, Kant e Bodei, a ressignificação do corpo midiatizado, analisando a dança da bailarina e atleta paralímpica Amy Purdy junto ao braço automotivo, o robô Kuka, performance que emocionou o mundo na abertura dos jogos. “Na forma de ensaio, o paper propõe a ressignificação do sentido de beleza sob o enquadramento do corpo biônico, melhorado, adaptado, convivendo com a máquina, ou melhor, produzindo arte. Amy e Kuka eram um par. Estavam conectados e causaram uma incrível sensação de beleza e estranheza”, explica. “A recepção crítica aqui na conferência foi excelente, tanto que os conferencistas pediram para eu estender a plenária e apresentar até o vídeo da abertura dos Jogos (o que não estava programado). Isso provocou ainda inquietação e ótimas perguntas”, descreveu.
Orientado no POSJOR pela professora Dra. Rita Paulino, Barcelos é o único brasileiro na conferência. “Estar aqui é um desafio, tanto pela dinâmica de criar conexões e internacionalizar minha pesquisa e levar o nome do POSJOR em muitas línguas, quanto pelo altíssimo nível dos trabalhos e debates, que vão da manhã até a noite. São três turnos de plenárias”. Além dos debates, os participantes ainda têm a oportunidade de assistir a performances, concertos hipermodernos e confraternizar em jantares organizados pelo comitê, que é formado por pesquisadores da John Cabot University, de Roma, Ewha Woman’s University, de Seoul, University of the Aegean, Grécia, New York University e do projeto Reverso-Metabody, de Madrid.
Para acompanhar os temas, basta acessar o site do evento: http://beyondhumanism.org/
